Neuroendocrinologia (Doenças da Hipófise)
A Neuroendocrinologia é uma área que trata de distúrbios endócrinos causados principalmente pelo Hipotálamo e pela Hipófise que são estruturas do nosso Sistema Nervoso Central.
HIPOTÁLAMO
O Hipotálamo é uma estrutura do nosso cérebro que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino, convertendo os estímulos nervosos em hormonais. Ele regula o funcionamento da Hipófise e é responsável por ativar e controlar funções involuntárias do corpo, como o sono, a temperatura, o apetite, comportamento sexual e ciclos circadianos.
HIPÓFISE
A Hipófise (conhecida como pituitária ou “glândula mestra”) situa-se logo abaixo do hipotálamo na base do cérebro. É responsável por controlar o funcionamento de outras glândulas à distância, bem como as funções de crescimento e funcionamento do corpo, através da liberação de seus hormônios na corrente sanguínea. Os principais hormônios produzidos por essa glândula são: TSH, FSH, LH, ACTH, GH, ADH, Prolactina e Ocitocina.
Dentre as principais doenças que podem acometer a Hipófise, destacam-se:
- 1. Hiperprolactinemia (prolactina elevada): ocorre quando há produção desse hormônio em excesso, fora do período da gestação. Pode ser ocasionado por um tumor na hipófise, doenças infiltrativas, radioterapia craniana e medicamentos. Caracteriza-se por um quadro de secreção de leite pelas mamas (galactorréia) tanto em homens quanto em mulheres, irregularidade ou ausência de menstruação, diminuição de libido, dificuldade de ereção em homens e infertilidade.
- 2. Doença de Cushing: ocorre quando há aumento dos níveis de cortisol, causado por um tumor produtor de ACTH. Alguns raros casos, o tumor pode estar fora da hipófise (tumor ectópico). Caracteriza-se por aumento dos níveis de pressão arterial e glicêmicos, estrias violáceas no abdômen e membros, aumento de peso, aumento de pelos em mulheres, fraqueza muscular excessiva, osteoporose, gibosidade (“corcova de búfalo”) e hematomas de repetição. É importante diferenciar a Doença de Cushing da Síndrome de Cushing (situação provocada por tumor na glândula adrenal, uso de medicamentos com corticosteroides, dentre outros).
- 3. Acromegalia: ocorre quando há aumento do GH (hormônio de crescimento) em adultos, causado por um tumor hipofisário. Quando essa situação ocorre na infância ou adolescência, é chamada por Gigantismo e se caracteriza por um crescimento acelerado dos ossos ao redor da cartilagem de crescimento, deformidades articulares e fraqueza muscular. Na acromegalia observa-se aumento de extremidades (mãos, pés, nariz, espessura de dedos), aumento no tamanho da língua (macroglossia), aumento do espaço entre os dentes, deformidade e degeneração das articulações, além de risco de desenvolvimento de hipertensão arterial e diabetes, insuficiência cardíaca, apneia do sono e até alguns tipos de câncer.
- 4. Diabetes Insipidus: ocorre quando há uma deficiência do ADH (hormônio anti-diurético). O diabetes insipidus central pode ser de origem congênita ou adquirida. Caracteriza-se por diurese excessiva (poliúria) principalmente noturna, sede excessiva e maior facilidade de desidratação (caso haja restrição de acesso aos líquidos). Apesar do quadro clínico semelhante, não há relação desta doença com o Diabetes Mellitus (causado pelo aumento nos níveis de glicose no sangue).
- 5. Tumores Hipofisários não produtores de hormônios: a maioria dos casos são benignos e assintomáticos, podendo se manifestar pela deficiência na produção de hormônios (Hipopituitarismo). Nesta última situação, podemos observar: fadiga excessiva, perda de peso, sonolência, náuseas, irregularidades menstruais, infertilidade, emagrecimento, infecções de repetição, hipotensão, hipoglicemia, etc. Em alguns casos, esses tumores podem causar efeitos compressivos e se manifestar por dor de cabeça persistente com piora progressiva, alteração da visão (podendo ter perda do campo visual), crises convulsivas, dentre outros.
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